quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Simone de Beauvoir

...Abri a janela. Paris cheirava a asfalto e a tempestade, esmagada pelo calor pesado do verao.
Segui André com os olhos. É talvez, nesses instantes em que vejo distanciar-se que ele existe para mim com a mais pertubadora evidencia: a silueta alta diminui, desenhando a cada passo o caminho de sua volta; ela desaparece, a rua parece vazia mas, na verdade é um campo imantado que o reconduzirá a mim como a seu lugar natural. Essa certeza me comove ainda mais que sua presença.

                                   (do livro: A mulher desiludida)



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