A noção de experiência é complexa.
Todo o espaço é de vidro
- um vidro que não parte por fora mas parte por dentro.
Estamos sempre esbarrando com invisíveis barreiras.
O que ele revela não é precisamente o que queremos saber.
E se tivermos os olhos abertos até ao fim: vemos o quê?
Como o espaço, o tempo não revela nada de especial.
Só percursos...
Folhas de uma agenda descartável.
A curva da vida de que fala Homero revela que a nossa existência
é uma rápida passagem pelo mundo em efeito Doppler.
(in 'Tisanas)
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Paulo Roberto Gaefke
Você sabe por que o mar é tão grande?
Tão imenso? Tão poderoso?
É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros
abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande.
Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios,
não seria mar, mas sim uma ilha.
Toda sua água iria para os outros e estaria isolado.
A perda faz parte.
A queda faz parte.
A morte faz parte.
É impossível vivermos satisfatoriamente.
Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.
Impossível ganhar sem saber perder.
Impossível andar sem saber cair.
Impossível acertar sem saber errar.
Impossível viver sem saber viver.
Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará.
Porque o máximo que poderá acontecer a você é cair, errar e perder.
E isto você já sabe.
Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade
o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte.
(No livro "Quando é preciso Viver" página 29)
Tão imenso? Tão poderoso?
É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros
abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande.
Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios,
não seria mar, mas sim uma ilha.
Toda sua água iria para os outros e estaria isolado.
A perda faz parte.
A queda faz parte.
A morte faz parte.
É impossível vivermos satisfatoriamente.
Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.
Impossível ganhar sem saber perder.
Impossível andar sem saber cair.
Impossível acertar sem saber errar.
Impossível viver sem saber viver.
Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará.
Porque o máximo que poderá acontecer a você é cair, errar e perder.
E isto você já sabe.
Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade
o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte.
(No livro "Quando é preciso Viver" página 29)
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
A Seta e o Alvo (Paulinho Moska)
Eu falo de amor à vida, você de medo da morte
Eu falo da força do acaso e você, de azar ou sorte
Eu ando num labirinto e você, numa estrada em linha reta
Te chamo pra festa mas você só quer atingir sua meta
Sua meta é a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Eu olho pro infinito e você, de óculos escuros
Eu digo: "Te amo" e você só acredita quando eu juro
Eu lanço minha alma no espaço, você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro e você só lamenta não ser o que era
E o que era ?
Era a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Eu grito por liberdade, você deixa a porta se fechar
Eu quero saber a verdade, e você se preocupa em não se machucar
Eu corro todos os riscos, você diz que não tem mais vontade
Eu me ofereço inteiro, e você se satisfaz com metade
É a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada ?
Sempre a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada...
Eu falo da força do acaso e você, de azar ou sorte
Eu ando num labirinto e você, numa estrada em linha reta
Te chamo pra festa mas você só quer atingir sua meta
Sua meta é a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Eu olho pro infinito e você, de óculos escuros
Eu digo: "Te amo" e você só acredita quando eu juro
Eu lanço minha alma no espaço, você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro e você só lamenta não ser o que era
E o que era ?
Era a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Eu grito por liberdade, você deixa a porta se fechar
Eu quero saber a verdade, e você se preocupa em não se machucar
Eu corro todos os riscos, você diz que não tem mais vontade
Eu me ofereço inteiro, e você se satisfaz com metade
É a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada ?
Sempre a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada...
Amalia Bautista! (ps: Tks Riiiii)
que fazes aqui?
Julgava que te tinha dito adeus,
um adeus contundente, ao deitar-me,
quando pude por fim fechar os olhos,
esquecer-me de ti, dessas argúcias,
dessa tua insistência, teu mau génio,
tua capacidade de anular-me.
Julgava que te tinha dito adeus
de todo e para sempre, mas acordo,
encontro-te de novo junto a mim,
dentro de mim, rodeias-me, a meu lado,
invades-me, afogas-me, diante
dos meus olhos, em frente à minha vida,
por sob a minha sombra, nas entranhas,
em cada golpe do meu sangue, entras
por meu nariz quando respiro, vês
pelas minhas pupilas, lanças fogo
nas palavras que minha boca diz.
E agora que faço?, como posso
desterrar-te de mim ou adaptar-me
a conviver contigo? Principie-se
por demonstrar maneiras impecáveis.
Bom dia, tristeza.
(cuéntamelo outra vez
trípticos espanhóis vol. III
trad. joaquim manuel magalhães
relógio d´água, 2004)
Julgava que te tinha dito adeus,
um adeus contundente, ao deitar-me,
quando pude por fim fechar os olhos,
esquecer-me de ti, dessas argúcias,
dessa tua insistência, teu mau génio,
tua capacidade de anular-me.
Julgava que te tinha dito adeus
de todo e para sempre, mas acordo,
encontro-te de novo junto a mim,
dentro de mim, rodeias-me, a meu lado,
invades-me, afogas-me, diante
dos meus olhos, em frente à minha vida,
por sob a minha sombra, nas entranhas,
em cada golpe do meu sangue, entras
por meu nariz quando respiro, vês
pelas minhas pupilas, lanças fogo
nas palavras que minha boca diz.
E agora que faço?, como posso
desterrar-te de mim ou adaptar-me
a conviver contigo? Principie-se
por demonstrar maneiras impecáveis.
Bom dia, tristeza.
(cuéntamelo outra vez
trípticos espanhóis vol. III
trad. joaquim manuel magalhães
relógio d´água, 2004)
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Pancreatite
Quando eu era criança
virava as garrafas
do meu pai na pia
hoje eu peço um pouco
pra minha caipirinha...
virava as garrafas
do meu pai na pia
hoje eu peço um pouco
pra minha caipirinha...
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Mario Benedetti
tática e estratégia
Minha tática é
olhar-te
aprender como tu és
querer-te como tu és
minha tática é
falar-te
e escutar-te
construir com palavras
uma ponte indestrutível
minha tática é
ficar em tua lembrança
não sei como nem sei
com que pretexto
porém ficar em ti
minha tática é
ser franco
e saber que tu és franca
e que não nos vendemos
simulados
para que entre os dois
não haja cortinas
nem abismos
minha estratégia é
em outras palavras
mais profunda e mais
simples
minha estratégia é
que um dia qualquer
não sei como nem sei
com que pretexto
por fim me necessites.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Ausência de Drummond
Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje nao a lastimo.
Nao há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tao pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamaçoes alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
JOAQUIM PESSOA
Hoje é um dia qualquer.
As coisas acontecem sempre num dia qualquer,
nós é que referenciamos o dia
em que as coisas aconteceram.
O 14 de Julho, o 25 de Abril,
"faz hoje quinze anos que",
"completam-se dois séculos amanhã",
e todos os dias acontecem coisas importantes
para cada um de nós,
só que há dias em que as coisas que acontecem
são importantes para todos.
Então o dia deixa de ser um dia qualquer e,
à posteriori, é quase sempre,
e para sempre, um dia de referência.
Foi num dia qualquer que te conheci.
E, num dia qualquer,
comecei a amar-te. E amo-te.
Todos os dias. Até qualquer dia.
O amor, a dor, a gente, toda a gente,
acaba, inevitavelmente, num dia qualquer.
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