terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Amalia Bautista! (ps: Tks Riiiii)

que fazes aqui?







Julgava que te tinha dito adeus,


um adeus contundente, ao deitar-me,


quando pude por fim fechar os olhos,


esquecer-me de ti, dessas argúcias,


dessa tua insistência, teu mau génio,


tua capacidade de anular-me.


Julgava que te tinha dito adeus


de todo e para sempre, mas acordo,


encontro-te de novo junto a mim,


dentro de mim, rodeias-me, a meu lado,


invades-me, afogas-me, diante


dos meus olhos, em frente à minha vida,


por sob a minha sombra, nas entranhas,


em cada golpe do meu sangue, entras


por meu nariz quando respiro, vês


pelas minhas pupilas, lanças fogo


nas palavras que minha boca diz.


E agora que faço?, como posso


desterrar-te de mim ou adaptar-me


a conviver contigo? Principie-se


por demonstrar maneiras impecáveis.


Bom dia, tristeza.






(cuéntamelo outra vez
trípticos espanhóis vol. III
trad. joaquim manuel magalhães
relógio d´água, 2004)

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